O que é ENEM
O Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) foi instituído em 1998, com o objetivo de avaliar o desempenho escolar dos estudantes ao término da educação básica. Em 2009, o exame aperfeiçoou sua metodologia e passou a ser utilizado como mecanismo de acesso à educação superior. Desde 2020, o participante pode escolher entre fazer o exame impresso ou o Enem Digital, com provas aplicadas em computadores, em locais de prova definidos pelo Inep.
As notas do Enem podem ser usadas para acesso ao Sistema de Seleção Unificada (Sisu) e ao Programa Universidade para Todos (ProUni). Elas também são aceitas em mais de 50 instituições de educação superior portuguesas. Além disso, os participantes do Enem podem pleitear financiamento estudantil em programas do governo, como o Fundo de Financiamento Estudantil (Fies). Os resultados do Enem possibilitam, ainda, o desenvolvimento de estudos e indicadores educacionais.
Qualquer pessoa que já concluiu o ensino médio ou está concluindo a etapa pode fazer o Enem para acesso à educação superior. Os participantes que ainda não concluíram o ensino médio podem participar como “treineiros” e seus resultados no exame servem somente para autoavaliação de conhecimentos.
A aplicação do Enem ocorre em dois dias. A Política de Acessibilidade e Inclusão do Inep garante atendimento especializado e tratamento pelo nome social, além de diversos recursos de acessibilidade. Há também uma aplicação para pessoas privadas de liberdade.
Os participantes fazem provas de quatro áreas de conhecimento: linguagens, códigos e suas tecnologias; ciências humanas e suas tecnologias; ciências da natureza e suas tecnologias; e matemática e suas tecnologias, que ao todo somam 180 questões objetivas. Os participantes também são avaliados por meio de uma redação, que exige o desenvolvimento de um texto dissertativo-argumentativo a partir de uma situação-problema.
Histórico ENEM
1998 – Nasce o maior exame brasileiro
A primeira edição do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) registrou 157.221 inscrições e contou com 115.575 participantes no dia 20 de agosto. Deste total, 83% tinha isenção da taxa de inscrição, no valor de R$ 20. Entre os inscritos, 53% tinha 18 anos de idade ou menos, e 9% vinha de escolas públicas. Embora o uso das notas do Enem fosse válido apenas para duas instituições de educação superior, as provas foram aplicadas em 184 municípios brasileiros.
1999 – Noventa e três instituições aderem aos resultados Enem
O Enem mostra sua credibilidade. Em um ano de realização, o número de instituições de educação superior que utilizavam os resultados no Enem subiu de 2 para 93. São criados os Comitês Técnicos e Consultivos, o Boletim da Escola e o banco de dados do desempenho dos participantes. Após firmar parceria com a Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos, sete mil agências dos Correios foram habilitadas a realizar inscrições para o exame. A aplicação foi em 29 de agosto, em 162 municípios.
2000 – Investimento em acessibilidade
A chegada do novo milênio trouxe mais uma conquista. Foi garantido atendimento especializado para 376 pessoas com necessidades especiais, marcando o início da oferta de recursos de acessibilidade. A aplicação do Enem passa a ser acompanhada por observadores indicados pelas secretarias estaduais de educação e credenciados pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep). A edição contou com 390.180 inscritos, sendo 66,5% concluintes do ensino médio. As provas foram aplicadas em 27 de agosto, em 187 municípios.
2001 – Inscrições pela internet
Os concluintes do ensino médio passaram a ter direito à inscrição gratuita. A isenção da taxa também foi garantida aos inscritos que concluíram os estudos na modalidade Educação de Jovens e Adultos (EJA) 12 meses antes da realização das inscrições, além dos concluintes e egressos do ensino médio que se declararam impossibilitados de pagar a taxa de inscrição. Ao todo, 82% dos 1.624.131 inscritos foram beneficiados. As inscrições também começaram a ser realizadas pela internet. O Enem 2001 foi aplicado em 26 de agosto, em 277 municípios.
2002 – Taxa de abrangência supera 50%
O Enem ganha novas proporções e registra 1.829.170 inscritos. Para atender à crescente demanda das secretarias de educação, houve um aumento do número de locais de realização das provas: 600 municípios. Cresceu também o percentual de concluintes do ensino médio que participaram da edição, totalizando 50%. As provas foram realizadas em 25 de agosto.
2003 – Perfil do participante mais detalhado
A sétima edição do Enem utilizou um novo mapeamento do perfil dos participantes. Foi incluída no questionário socioeconômico uma questão referente ao ano de conclusão do ensino médio. Anteriormente, todos os participantes se declaravam concluintes por falta de opção. Com a mudança, os “treineiros” passaram a ser identificados e, em 2003, representaram 19% do total de 1.882.393 inscritos. As provas foram aplicadas em 31 de agosto, em 605 municípios.
2004 – Nova porta de acesso às universidades
O recém-criado Programa Universidade para Todos (ProUni) começou a usar a nota do Enem para concessão de bolsas de estudos integrais e parciais aos participantes. A inclusão do campo de Cadastro de Pessoa Física (CPF) na ficha de inscrição abriu a possibilidade de acompanhamento da trajetória dessa população, ao longo dos anos, mediante estudos realizados pelo Inep. Neste ano, dos 1.552.316 inscritos, 63% eram concluintes do ensino médio e 68% tiveram direito à isenção. As provas foram realizadas em 29 de agosto, em 608 municípios.
2005 – 67% dos participantes buscavam ingressar na educação superior
Por causa do ProUni, aumentou consideravelmente o número de participantes que realizaram o Enem com o objetivo de entrar em uma faculdade. Eles representaram 67% do total de 3.004.491 inscritos. Os jovens com 18 anos ou menos representaram 44% dos participantes. Começa a divulgação da nota por escola. O número de municípios aumentou para 729. As provas foram aplicadas em 25 de setembro, e não mais em agosto.
2006 – Acessível a todos
Pela primeira vez, os participantes com renda familiar de até dois salários mínimos passaram da metade do público que fizeram a prova, somando 53,7%. A inscrição do exame pela internet foi garantida ao concluintes do ensino médio e àqueles que terminaram os estudos no ano de aplicação. Os concluintes somaram 36% do total de 3.742.827 inscritos. As provas foram em 27 de agosto, em 804 municípios.
2007 – Mais de 1.300 municípios com aplicação
A décima edição do Enem foi aplicada em 1.324 municípios brasileiros. Mais de 70% dos 3.584.569 inscritos fizeram o Enem para entrar na faculdade e 69,5% do total de participantes tinham renda familiar de um a cinco salários mínimos. As provas foram realizadas em 26 de agosto.
2008 – Uma década de criação
O exame completou uma década de criação e trouxe novidades. O Inep e o Ministério da Educação (MEC) anunciaram que o Enem se tornaria o processo nacional de seleção para ingresso na educação superior e certificação do ensino médio. Neste ano, mais de 70% dos 4.018.050 inscritos afirmaram que fizeram o Enem para entrar na faculdade ou conseguir pontos para o vestibular. A aplicação em 1.437 municípios foi em 30 de agosto..
2009 – Nasce um novo Enem
Com a criação do Sistema de Seleção Unificada (Sisu), o Enem muda de formato. O exame passa a ter 180 questões objetivas, 45 para cada área do conhecimento, e a redação. A aplicação passa a ser em dois dias e o exame começa a certificar a conclusão do ensino médio. Além disso, as matrizes de referência são reformuladas com base nas Matrizes de Referência do Exame Nacional para Certificação de Competências de Jovens e Adultos (Encceja). Nesta edição, 4.138.025 pessoas se inscreveram no Enem, aplicado em 5 e 6 de dezembro, em 1.830 cidades. A edição de 2009 também foi marcada pelo vazamento da prova, que exigiu a preparação de um novo instrumento.
2010 – Pré-requisito para o Fies
A edição trouxe aprimoramentos do sistema de inscrição. O Inep começou a coletar dados sobre deficiência ou condição especial dos inscritos. Mais de 35 mil dos 3.420.999 participantes declararam ter alguma deficiência ou condição especial. Ao todo, 20.413 participantes tiveram acesso a recursos de acessibilidade durante a aplicação das provas. Os resultados passam a ser adotados pelo Fies. O exame foi realizado em 1.700 municípios, em 6 e 7 de dezembro.
2011 – Mais acessibilidade
Mais de 20 mil participantes com alguma deficiência tiveram direito a atendimento especializado. Neste mesmo ano, participantes que se declaram negros e pardos foram a maioria, totalizando 53% dos 5.366.949 inscritos. As provas foram aplicadas em 22 e 23 de outubro, em 1.603 cidades.
2012 – Ampliação dos perfis com direito à gratuidade
Estreou mais um critério de isenção da taxa de inscrição do Enem. Integrantes de família de baixa renda com Número de Identificação Social (NIS), com renda de até meio salário mínimo por pessoa ou renda familiar mensal de até três salários mínimos, passaram a ter isenção da taxa de inscrição em função do Decreto 6135/2007. Os isentos somaram 70% do total de 5.791.066 inscritos. A aplicação em 1.619 municípios ocorreu em 3 e 4 de novembro.
2013 – O Enem torna-se porta de acesso para todas as instituições de educação superior públicas
Pela primeira vez, quase todas as instituições federais adotam o Enem como critério de seleção. A nota do exame é utilizada na concessão de bolsas de estudos do programa Ciências sem Fronteiras e passa a ser divulgada por escola com estratificação nos níveis socioeconômicos. Houve aplicação em 1.661 municípios, em 26 e 27 de outubro.
2014 – Do Brasil a Portugal
As Universidades de Coimbra e Algarve, em Portugal, passaram a aceitar o Enem, marcando o início das parcerias com instituições de ensino superior de Portugal, autorizadas a utilizar as notas do Enem em seus processos seletivos. Neste mesmo ano, passou a ser permitido o uso do nome social do participante. As provas foram em 8 e 9 de novembro, em 1.752 municípios.
2015 – “Treineiros” identificados
Começou a ser quantificado o número de “treineiros”, participantes que fazem o Enem para autoavaliação. Neste primeiro ano de levantamento, o Inep registrou que 12% dos 7.792.024 inscritos eram “treineiros”. O Enem foi aplicado em 24 e 25 de outubro, em 1.723 cidades.
2016 – Mais segurança
Foi iniciada a coleta de dado biométrico durante a aplicação da prova. As medidas de segurança do exame ficaram ainda mais rígidas, com o uso de detectores de metais nas entradas de todos os banheiros dos locais de prova. Ao todo, 8.681.686 pessoas se inscreveram no Enem e 6.028.173 fizeram as provas em 5 e 6 de novembro, em 1.727 cidades. É lançado o Aplicativo do Enem.
2017 – Consulta Pública para melhorias
Após realização de consulta pública com a população para direcionar melhorias, o Enem passa a ser aplicado em dois domingos consecutivos. Em 2017, a prova ocorreu em 5 e 12 de novembro, em 1.725 municípios. Com a mudança, a redação passou a ser aplicada no primeiro dia. A certificação do ensino médio voltou a ser competência do Encceja. O exame ficou ainda mais acessível com a estreia da videoprova em Libras para surdos e deficientes auditivos. Outra novidade foi a estreia da prova personalizada com nome e número de inscrição do participante, e a adoção de novo recurso de segurança: identificador de receptor de ponto eletrônico. As mudanças impulsionaram, ainda, a criação de um novo logotipo e um novo Site do Enem. O Inep registrou 6.763.122 inscrições.
2018 – O maior exame do Brasil comemora 20 anos
O Enem ganhou um logotipo comemorativo pelos seus 20 anos de existência, além de um documentário histórico e uma série de cinco minidocumentários sobre os bastidores do exame. A solicitação de isenção da taxa de inscrição passou a ser uma fase anterior à inscrição, e os isentos ausentes no ano anterior tiveram de justificar o motivo da falta para garantir a gratuidade novamente. A mudança trouxe bons resultados: o Enem 2018 teve o menor índice de faltosos desde 2009, quando assumiu o formato em dois dias. O segundo domingo de aplicação ganhou 30 minutos a mais de duração e o quantitativo de detectores de ponto eletrônico aumentou cinco vezes. O número de instituições de educação superior portuguesas que usam as notas do Enem chegou a 35.
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